terça-feira, janeiro 11

Anónimo o jardineiro do palácio barroco

Certo dia apeteceu à sua curiosidade ver o mundo. Venha cá alguém dizer-lhe que não fez bem, que isto ou que aquilo. De vez em quando ouvia vozes do outro lado dos arbustos falando em línguas desconhecidas e aquele labirinto era uma coisa infindável. Finalmente cedeu.
Foi o dia do grande incêndio.
No calor da sua vontade incendiou tudo à sua volta. A cada passo mais um arbusto se perdia em chamas e cedia passagem. E assim andou em linha recta, abrasador, trespassando curvas e finais proibidos.
Duzentos metros depois, já não ouvia vozes, apenas murmúrios furtivos.

.Blogger animah 11/1/05 12:05 da tarde