terça-feira, outubro 31

animah iluminação

Era tarde, o velho candeeiro de luz fluorescente oscilava o silêncio com uma vaga reinterpretação de um canto tradicional alentejano em código morse.
Por mais que se tentasse concentrar havia sempre um estalido indevido para o perturbar. Então, num movimento claro e fluido, atingiu a iluminação.
Conquistado o silêncio, sentou-se e continuou a meditar, às escuras.
E aí observava os pensamentos que corriam como modelos em passereles, rápidos e languidos ao mesmo tempo rudemente interrompidos uns pelos outros. O silêncio era agora como um iglo sobrepovoado: alguém teria de sair ou o derretimento teria início.
.Blogger Shade of blue 31/10/06 8:08 da tarde